Quando cheguei ao Complexo do Alemão, conheci o local e as pessoas, e depois de alguns minutos conheci o Luccas, um menino de nove anos, que não pedalava mais porque sua bicicleta enferrujou e estava com o pneu furado.
Perguntei para ele se podia ir até a sua casa para buscar e consertar a bike. Porém, com os olhos vermelhos, quase chorando, ele falou que sua mãe não iria deixar.
Naquele momento peguei na mão dele, que soltou a minha rapidamente e me seguiu.
Fomos andando na direção do morro e eu fui conquistando a sua confiança e amizade aos poucos.
Cheguei até a casa dele, conversei com a mãe de Luccas e também com a sua irmã. Os dois vibraram e pegaram suas bikes. A de Lucas, azul e com o pneu murcho, e a de sua irmã, rosa e sem a corrente. Saímos pelo portãozinho enferrujado da casa e várias crianças me perguntaram, me questionaram na rua, correram e buscaram suas bikes e descemos a rua com um batalhão de bikes rumo à oficina!
Foi um dia de desenhos, consertos, pinturas, experiências, diversão, amor, freios arrumados, correntes lubrificadas e sonhos brilhando em cada olhar, em cada gesto e em cada bicicleta!
Muito emocionante ver uma criança progredir tanto em poucas horas, como o Luccas, que me trouxe amigos, emoção e a esperança de um mundo melhor para eles, pra todas as crianças!
Isso mesmo! Em poucas horas conquistei o coração deste menino, que compartilhouexperiências e sentimentos, sem falar palavras, mas com timidez e sinceridade nos olhos. Pudemos fazer juntos, nós e todas as crianças, essa troca de olhares e vida juntos, num movimento único.
Com a participação de @lavidaenbici, @bikeanjo , @onibushacker e Silvia Ballan o dia se tornou especial! Não por nós, mas pelas crianças!
Cada uma com sua história, com seus sonhos e algo em comum: a bicicleta!
Por Silvia Ballan
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