Num ano ruim, não. Num mês ruim, NÃO! Numa semana ruim, ainda NÃO! HOJE, justo hoje, com a Nina na garupa sofri pelo menos três maluquices no caminho e pra não dizer que a maluca sou eu, tenho testemunha viva pra contar. Meu amigo Bike Anjo Emiliano estava comigo.

Ciclovia da Paulista com Nina e amigo Emiliano (Bike Anjo)
8h atravessamos a Rua Goenlândia na altura da Elias Lobo e três carros ultrapassam meu amigo BIKE ANJO atrás de mim e o último, um carro vermelho gritou, xingou… esperneou e acelerou tirando fininha (de graça).
Na Ciclovia da Paulista, altura do Conjunto nacional, uma senhora e um rapaz com o mochilão nas costas impediam nossa passagem segura pela ciclovia, estavam fora da :”ilha” dos pedestres. Eis que eu paro e o rapaz sobe na ilha super tranquilo e digo pra senhora: Cuidado senhora, fora da ilha é perigoso. …..Ahhhhhhh , pra quê, ficou indignada e tapou os ouvidos ou segurou as orelhas pra não cair. Fez um mini escândalo. É muita maluquice.
Eis que na volta, após passar Avenida Brasil, um senhor abre o vidro e grita: “Cadêêêê o capaceeeeeete.” Realmente está muito preocupado comigo este senhor. (de uns 150 anos)
Cansa. Tem dias que cansa. Cansa tanto que a minha esperança está na 4ª pessoa que não contei no inicio. Uma senhora, fofa. olha pra mim, no ultimo quarteirão subindo pra Paulista na ida e diz: vai pra ciclovia. Eu, com firmeza e fofura olhei e disse: “sabe porque estou aqui respeitando os pedestres bem devagarinho, né?! (afirmativa e pergunta) e ela diz: é. Eu continuo: porque os motoristas não estão nos respeitando neste trecho (ahã, trecho, peguei levinho). Ela me deu a mão, diz pra eu ir com Deus, me abençoou e assim eu continuo nessa selva. Obrigada senhora.
Nesta semana aconteceram vários atropelamentos. Nesta semana mais um ciclista foi assassinado no Rio. Nesta semana as pessoas estão pedindo Je suis ali, Mariana acolá e saem de suas casas derrubando mais que balas e barro em nós. Civilidade e orações onde mesmo?
Silvia Ballan, mãe,ciclista, bike anjo, bikerrepórter do Instituto CicloBR e colaboradora do Bike é Legal da Renata Falzoni, mãe de Nina, 7, Bia, 16, acredita na educação das crianças em espaços públicos, na rua, na troca … As crianças e adultos são capazes e possuem habilidades para descobrir problemas e solucioná-los de maneira consciente quando conhecem e vivem a cidade.
“Se queremos uma pessoa melhor, cuidamos da criança. Se queremos um cidadão, levamos os pequenos a viver a cidade”, afirma Silvia.
UM DOS NOSSOS OBJETIVOS: mostrar que mãe, filhos, mulher, familias inteiras podem pedalar pela cidade. Não é necessário usar roupas específicas ou ser atleta.
Infelizmente, sempre estamos à mercê da idiotice dos outros. Eu acabei de quebrar o retrovisor de um carro na entrada de um estacionamento. Ele simplesmente me fechou para entrar no estacionamento, do nada. E ainda saiu achando que estava certo.
Algumas pessoas não estão nem aí se você está com crianças, xingam mesmo se elas estiverem com crianças também. É muito triste isso.